Você já se perguntou como funciona o modo turbo dos processadores? Muitas pessoas têm dúvidas relacionadas a eles, especialmente pelo fato de as especificações técnicas indicarem duas velocidades. No entanto, a ideia por trás desse modo é simples e muito benéfica para a sua máquina.
Para entender como esse mecanismo funciona, é preciso voltar um pouco no tempo. Há algumas décadas, os processadores operavam em velocidades fixas, ou seja, sempre no limiar daquilo que era considerado o máximo possível. Essa característica fazia com que eles gastassem mais energia, gerassem mais calor e fizessem mais ruídos, mesmo quando não havia necessidade de operar na frequência máxima.
Porém, não existe essa necessidade. A maioria das tarefas que um computador executa exigem bem menos do que o máximo potencial que uma máquina oferece.
Por essa razão, saber a hora certa de acelerar ou de rodar em ritmo mais lento proporciona economia de energia e também uma vida mais longa ao produto.
Evolução: o controle da velocidade
As pesquisas realizadas pelas fabricantes permitiram que fosse possível desenvolver chips com controle de velocidade. Quando isso aconteceu, as máquinas passaram a consumir menos energia, entregando muitas vezes até maiores velocidades.
Pela lógica, entretanto, a estratégia usada foi a seguinte: se é possível reduzir a velocidade quando preciso, também é possível aumentar a velocidade, se necessário. Assim nasceu o modo turbo.
Em vez de operar apenas na velocidade média, os chips foram programados para atingir picos de frequência mais altos, recurso extremamente útil para quem executa aplicativos que requeiram alta capacidade de processamento, como jogos, editores de vídeo ou softwares de modelagem tridimensional.
Vamos tomar como exemplo um Intel Core i7 8550U. Trata-se de um processador de quatro núcleos, cuja velocidade nominal é de 1.8 GHz. Contudo, em suas especificações técnicas, é possível ver que ele pode chegar aos 4.0 GHz. Esse pico é atingido quando o modo turbo é ativado.
Em outras palavras, isso significa que na maior parte do tempo a CPU vai operar a 1.8 GHz – e isso não gerará nenhum tipo de gasto energético desnecessário e nem prejudicará o desempenho das aplicações executadas. Porém, em alguns momentos, ele poderá ser acelerado, se necessário, a até 4.0 GHz para dar conta das tarefas.
Nessas situações, apenas um ou dois núcleos atingem essa velocidade maior e, depois de alguns minutos, tudo volta ao normal para evitar qualquer tipo de superaquecimento.
Turbo: acionamento automático quando necessário
Quem é mais antigo no mundo dos PCs deve se lembrar que alguns gabinetes vinham com um botão “Turbo”. Quando ele era acionado, então a máquina era acelerada.
O problema é que essa solução além de ser trabalhosa, nem sempre ajudava. Muitos usuários, por exemplo, mantinham o turbo ligado permanentemente. A solução foi adotar controladores embutidos nas placas que detectem a necessidade de ativação do modo turbo e o iniciem automaticamente.
Assim, quando o sistema nota um aumento na demanda, ele automaticamente libera mais velocidade, fazendo com que o usuário não sinta nenhum tipo de queda de desempenho durante a execução dos seus aplicativos.
Claro, nesses momentos o consumo de energia aumenta, mas vale lembrar que essa solução é pontual: depois de alguns minutos, tudo volta ao normal novamente.
Cada fabricante de processador utiliza um nome específico para a sua tecnologia. A Intel, por exemplo, batizou o turbo de “Turbo Boost” – atualmente ele se encontra na versão 3.0 – enquanto a AMD adotou o “Precision Boost”. Embora sejam similares, ambos contam com tecnologias específicas em cada uma de suas versões.
O turbo faz o computador rodar muito mais rápido?
Embora muita gente tenha essa impressão, na prática não é bem isso que acontece. Sim, há um ganho em desempenho, mas ele não é tão expressivo a ponto de você perceber. Na verdade, ele evita lentidão e possíveis engasgos por um curto período de tempo, além de reduzir a produção de calor. É como se fosse um empurrãozinho para o chip processar com mais agilidade certas tarefas.
No entanto, nem todos os núcleos recebem esse empurrão e nem todos os softwares requerem esse tipo de instrução. Você pode ter um jogo que utiliza muito bem esse impulso de desempenho enquanto outro, lançado na mesma época, não aproveita essa tecnologia. Na prática, ambos vão rodar, mas o segundo pode engasgar em alguns momentos.
No final das contas, vale ressaltar ainda que essas tecnologias de impulso estão muito mais relacionadas à redução do consumo de energia e da produção de calor do que a um aumento de desempenho propriamente dito.
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